10/10/2007

SENADO, QUE VERGONHA!
Este texto consta na pagina da Internet do Senado: Há quase 200 anos o Senado, em nome do povo brasileiro, constrói as instituições que fazem o Brasil e sua história confundir-se com a própria história do nosso País. Não é verdade! Não pode ser. Não é isso que o povo brasileiro está assistindo, não é esse o sentimento do povo. Não é assim que o mundo todo está vendo o Senado brasileiro, não é isso que o Senado brasileiro representa hoje. A história do Brasil não deve ser escrita em um ambiente de delegacia de policia. Pior ainda, ali se investigam assuntos particulares, íntimos, que não dizem respeito aos anseios do povo. Fofocas, ilações, trocas de acusações, áudios de gravações que não interessam ao país, não fortalecem as instituições, não promovem o crescimento, não beneficiam o povo brasileiro. As ações de chantagem da oposição feroz e virulenta apenas causam constrangimentos, humilhação, desavenças, burburinhos que serão estampados nas manchetes dos jornais. O ódio da oposição por não ser mais poder, por não conseguir prejudicar o governo do presidente Lula, é visível até da Lua. Para aprimorar o clima de delegacia de policia os senadores compraram, e levaram para dentro do Senado, a revista Play Boy com fotos da ex-amante do senador Renan nua, contorcendo-se para que tudo ficasse à mostra. Todos os senadores da oposição feroz e virulenta imitaram-na, contorcendo-se e mostrando seus rabinhos presos há anos, décadas até, por ilícitos que cometeram: um desvio aqui, outro ali, uma propina aqui, outra ali, uma privatização escusa aqui, outra ali. Uma concessão de TV aqui, outra ali, uma emenda sob encomenda aqui, outra ali. A ponte não saiu do papel, o hospital não existe, a escola não existe, e o dinheiro público existiu, não existe mais. Onde foi dinheiro todo mundo sabe, todo mundo viu, mas o tempo passou, a CPI não saiu e o PGR engavetou. Agora eles querem de volta o poder que tiveram por mais de 8 anos – aliás, mais de 500 anos. Querem começar derrubando o presidente do Senado: enxergam nele um ponto fraco porque o conhecem, sabem que ele deve ter feito o que eles fizeram também. Esse é o retrato, ao vivo e a cores, com áudio, do Senado brasileiro hoje. Que vergonha!.

Jussara Seixas

10/08/2007


PELA LEGALIZAÇÃO DO ABORTO
Chama-me a atenção, e deveria chamar a atenção dos grupos que se intitulam defensores de vida contra o aborto, o crescente número de recém- nascidos abandonados, jogados no lixo, no mato, em rios. O esforço do governo em proporcionar métodos anticonceptivos para todos não está tendo uma resposta satisfatória. O Ministério da Saúde financia claras campanhas de orientação de prevenção da gravidez indesejada. Os postos de saúde distribuem pílulas anticoncepcionais, camisinhas, pílula do dia seguinte, há orientação por parte de médicos, do pessoal de apoio a saúde, enfermeiras. Mesmo assim continua em ritmo alarmante a gravidez indesejada, o abandono de bebês. Quando se fala em direito à vida, o mais importante seria pensar na qualidade de vida que desejamos. Qual qualidade de vida será oferecida à mulher que não desejou a gravidez? Principalmente, qual qualidade de vida será oferecida ao recém nascido? Os últimos casos de recém-nascidos abandonados foram cruéis, tanto para os recém-nascidos quanto para as mulheres que os abandonaram, em atitudes de desespero, de descontrole psíquico, afetivo e emocional. O aborto precisa ser legalizado, é preciso dar à mulher o direito de decidir se deseja ou não levar adiante uma gravidez que teve origem em uma relação descuidada, irresponsável, de acaso. Não é possível que seres humanos continuem sendo jogados no lixo, nos rios, nos matos, sofrendo todo tipo de violência, dor, fome, frio, adquirindo infecções que podem causar seqüelas irreversíveis e que os levam à morte nas UTIs neonatais após muito sofrimento. Não resta a mínima qualidade de vida para o recém-nascido, nesses casos. É um absurdo que ainda não tenha sido aprovada a legalização do aborto, para acabar com esses crimes contra vidas humanas. Não há vida se não há qualidade de vida. O aborto tem de ser seguro e para todas as mulheres, não só para a parcela abastada da sociedade que pode pagar caríssimo por uma interrupção da gravidez quando esta não convém. Por uma vida digna para todos, com qualidade, contra os crimes de violência que vitimam os recém-nascidos, sou a favor da legalização do aborto seguro e responsável.
Jussara Seixas