12/15/2006

FELIZ 2007
O ano de 2006 está chegando ao fim. Foi o ano em que mais de 58 milhões de brasileiros conferiram um segundo mandato ao presidente do povo, ao ex-metalúrgico, ex-sindicalista e migrante nordestino que, ao longo de quatro anos, encantou o Brasil e o mundo com sua índole, seu carisma, sua generosidade e competência. Foi o ano da conquista da auto-suficiência do Brasil em petróleo, o que significa independência e estabilidade para a economia brasileira. Foi o ano em que o Brasil manteve a inflação mais baixa da última década, o ano em que o risco-país foi o mais baixo da história, 203 pontos, o ano em que a Bolsa de Valores de SP atingiu recordes históricos sucessivos de pontuação. Foi o ano em que o aumento real do salário mínimo – o maior aumento em 20 anos – garantiu maior poder de compra ao trabalhador. Foi o ano em 11,1 milhões de famílias deixaram de viver abaixo da linha da miséria graças ao programa Bolsa Família. Foi o ano em que mais de 7 milhões de pessoas deixaram de ser pobres e passaram a ser da classe média. 2006 não foi um ano qualquer, foi ano de eleição, o ano em que a oposição e a mídia juntaram todas as suas forças contra o melhor presidente que o Brasil já teve, Lula, para tentar evitar a sua reeleição. 2006 foi o ano em que a mídia deixou cair a máscara da imparcialidade, da ética, da moral, da credibilidade, do profissionalismo, do respeito pelos leitores, e foi por eles desnudada e obrigada a expor as feridas purulentas em seu corpo esquálido. Foi o ano em que a mídia mostrou a quem e a que servia: mentiram, inventaram, caluniariam, ofenderam, perseguiram, fizeram ilações, manipularam notícias, desinformaram a população. esconderam ou minimizaram as mazelas da oposição. Foi o ano em que os editoriais dos jornalões vieram todos os dias com críticas ácidas ao governo Lula, o ano em que o casal do JN mais fez caras e bocas ao falar do presidente Lula e do governo Lula – muitas vezes com desrespeito à pessoa do presidente. Foi o ano em que a revista Veja cavou a própria cova por inventar um escândalo falso a cada fim de semana. O ano de 2006 teve até falso vidente, que ganhou a telinha da Globo para revelar a sua falsa premonição de que Alckmin seria eleito, no programa da Ana Maria Brega – aquela que se vestiu de preto um dia após a vitória acachapante do presidente Lula. 2006 foi o ano em que a elite burra se desesperou com a certeza da reeleição do presidente Lula: criaram movimentos, dondocas despirocadas fizeram passeatas na Av. Paulista (lógico), criaram blogs exclusivos para ofender o presidente Lula e os petistas. Aliás, as ameaças aos petistas, às instituições governamentais, à democracia e ao presidente Lula foram o ponto alto dos blogs de aluguel da elite burra. A ferocidade de opositores ao presidente Lula foi tão inflada pela mídia que uma eleitora petista, a Dani, teve o dedo arrancado a dentadas por uma feroz despirocada. Em 2006 os políticos da oposição estavam mais ferozes, ACM pediu até a volta dos militares, na tribuna do senado. A revelação que os escândalos criados por eles em 2005 haviam ido por água abaixo foi um banho de água fria. Em 2005 foram criadas três CPIs para desgastar o governo e fazer o presidente Lula chegar sangrando em 2006. Nada disso surtiu efeito, não funcionou, não derrubou a popularidade de Lula e nem abalou o ânimo do presidente em continuar a governar para todos. Eles sabiam, bem antes da eleição, que o presidente Lula seria reeleito. O tal mensalão, invenção do Roberto Jefferson para nomear caixa 2, não colou no presidente Lula. As denúncias contra o presidente Lula eram falsas, e eles não tinham como atingir o presidente Lula por vias legais, judiciais. Pesquisas internas feitas pelo PSDB/PFL davam a vitória do presidente Lula, fosse Serra ou Alckmin o candidato. O presidente Lula era imbatível, e Serra seria derrotado pela segunda vez se fosse candidato. O PSDB perderia a prefeitura de SP e o governo do estado. Seria o fim do PSDB. Resolveram então que, se era para perder, que fosse o Alckmin, o picolé de chuchu, assim seria bem menos trágico para o PSDB. O PSDB tem um sério problema, ou melhor, um encosto, um peso morto, FHC. Ele não pode subir no palanques dos candidatos porque tem uma imensa rejeição do povo, é o maior ralo de votos do seu partido. Cada vez que FHC abria a boca, o presidente Lula subia nas pesquisas e aumentava a crise dos tucanos. A oposição resolveu que deveria bater cada vez mais no presidente Lula, no governo Lula. Bateram, bateram, bateram, perderam feio. Apesar de todas as dificuldades impostas pela oposição e pela mídia, o presidente Lula conseguiu fazer um ótimo governo. Com redistribuição de renda, com diminuição da pobreza, mantendo a economia sólida, estabilizada, com a inflação sob controle, com exportações recordes, com geração de empregos e renda. O presidente Lula foi reeleito em 2006 com uma votação histórica. Ontem, 14/12, foi diplomado pelo TSE, emocionou-se e emocionou milhões de brasileiros. Dia 1º de janeiro de 2007 assumirá o novo mandato e vai governar este país mais quatro anos. Será um governo do povo, para o povo e pelo povo. O ano de 2006 mostrou que o povo brasileiro está muito mais sabido, muito mais atento, muito mais unido, politizado. Derrotou a mídia safada, golpista, derrotou a oposição feroz e reelegeu o melhor presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, sem medo de continuar a ser feliz.
Feliz 2007, Brasil!
Jussara Seixas

12/12/2006


MÉDICI, O NOSSO PINOCHET
Generais Castello Branco, Arthur da Costa e Silva, Emílio Garrastazu Médici, Ernesto Geisel, João Baptista Figueiredo. Todos mortos, graças a Deus. Foram os nossos Pinochet. Em 1964 comandaram um golpe militar, destituíram um presidente eleito pelo povo e se mantiveram no poder por 20 anos. Como no Chile, contaram com ajuda financeira, logística e estratégica dos EUA. No caso do Chile, o presidente dos EUA na época, Richard Nixon, liberou 10 milhões de dólares para que o diretor da CIA, Richard Helms, articulasse um plano para evitar que Allende assumisse o poder, ou para provocar sua queda. Allende prometia fazer a reforma agrária e nacionalizar as indústrias estadunidenses, e Nixon achava que o Chile seria transformado em uma nova Cuba. Em 1970 o general Roberto Viaux recebeu um cheque de 35.000 dólares para assassinar o general René Schneider, que era contra o golpe. Hoje a CIA nega que tenha mandado matar o general, mas apenas seqüestrá-lo. No Brasil, agentes treinados pela CIA se infiltravam nos movimentos sociais contra a ditadura militar e entregavam os líderes dos movimentos para a polícia do regime ditatorial. Ensinavam aos policiais e militares brasileiros as técnicas de torturas que foram usadas na guerra do Vietnã. Ensinavam como obter bons resultados de confissões com os métodos de tortura. Foi um período de horror na história do Brasil. Pensar era proibido, ler era proibido, declamar era proibido, falar era proibido, cantar era proibido, encenar era proibido, filmar era proibido. Famílias foram dizimadas, jovens estudantes e trabalhadores desapareciam, alguns para sempre. Muitos apareciam mortos nos IML, com falsos laudos de óbitos. Reuniões contra a ditadura eram encerradas com tiros de metralhadoras e chacinas, como ocorreu em 1976 na Rua Pio XI, na Lapa, em SP. Nessa chacina morreram Pedro Pomar, Ângelo Arroyo e João Augusto Drumond. Seus corpos tinham mais de 50 perfurações de balas. O alvo principal dessa chacina era João Amazonas, líder do PC do B, mas ele não estava presente, estava representando o Partido no exterior e foi na China que recebeu a notícia do trágico acontecimento. As torturas deixaram seqüelas físicas e psicológicas nos que sobreviveram. Muitos que passaram pelas torturas nos porões da ditadura ainda não conseguem falar sobre o que vivenciaram. Viam corpos de amigos e parentes mortos nas celas, ouviam os gritos de dor dos que estavam sendo torturados, e tinham a terrível certeza que seriam os próximos. O período mais cruel da ditadura se deu na gestão de Emílio Garrastazu Médici (1969-1974). Seu período de governo ficou conhecido como "os anos negros da ditadura". Os movimentos estudantis e sindicais foram contidos e silenciados pela repressão policial. Nesse período ocorreram a maior parte dos desaparecimentos políticos e a tortura tornou-se prática comum nos DOI-CODIs. Em afronta ao povo brasileiro, como se toda essa barbárie não tivesse existido, como se tudo não passasse de uma ficção ou por uma atroz ignorância, a turma de formandos deste ano da Escola Preparatória de Cadetes do Exército intitulou-se "General Emílio Garrastazu Médici" e o celebrou como patrono. Não quero acreditar que essa escolha tenha partido dos formandos, acho que isso partiu de um comando que já deveria ter sido expurgado. É uma insensatez, um desrespeito para com todo o povo brasileiro, que não consegue apagar da memória esses anos malditos de horror. Vivemos em uma democracia, temos liberdade de escolha, mas por estarmos em uma democracia plena, por respeitarmos os Direitos Humanos, por lutarmos tanto por justiça, direito à vida e à liberdade, jamais um facínora sanguinário como Médici deveria ser homenageado e chamado de estadista. Esse período foi vergonhoso para o Brasil, manchou a nossa história com perdas de vidas, com sangue de gente honrada, que lutavam por liberdade, por justiça social, fraternidade e paz. Ao fazer essa homenagem a Médici o comando do exército está tentando evitar que essa página seja virada. Uma página podre, fétida, desfeita e carcomida como a alma dos que homenageiam os assassinos mortos.
Jussara Seixas