Como vamos esquecer o passado? Não dá para olhar para o futuro sem lembrar o que houve no passado. O passado nos orienta a não cometer de novo erros que foram trágicos para milhões de pessoas. Exemplos ruins do passado têm que servir para nos alertar no presente, de olho no futuro.Quem não se lembra do Collor, na campanha eleitoral de 1989, dizendo que se o Lula fosse eleito iria confiscar a poupança do povo? Foi seu primeiro ato depois de eleito. Ele sabia que a medida era péssima, que se ele a divulgasse não se elegeria nunca. Atribuiu essa medida desastrosa ao Lula, ganhou e depois cometeu aquela insanidade. Alckmin diz que vai ampliar o Bolsa-Família, que não vai acabar com o programa. Não acredite. Falando francamente entre si, em sigilo, a oposição que apóia Alckmin e ele próprio condenam no governo Lula o programa social da Bolsa-Família. Dizem que é um programa eleitoreiro, paternalista. O Bolsa-Família beneficia milhões de pessoas, é reconhecido mundialmente como o maior e mais ambicioso programa de transferência de renda da história. Nenhum outro governo beneficiou tantas pessoas que viviam abaixo da linha da pobreza como o governo do presidente Lula. Fazer esse beneficio chegar a 11,1 milhões de famílias significa beneficiar 55,5 milhões de pessoas, tendo como média 5 pessoas por família. Graças a essa medida, como foi demonstrado pelo Pnad, diminuiu sensivelmente a miséria no país, pela primeira vez em 60 anos. Alckmin e o resto da oposição dizem que isso é esmola, e que ao invés de esmola o presidente Lula deveria criar mais empregos. Só que eles se esquecem, propositalmente, de que o Bolsa-Família promove também a capacitação profissional dos beneficiados, além de impor a freqüência escolar para crianças e jovens. Esquecem-se também de que o presidente Lula, recebeu um país falido, economicamente e socialmente, de FHC e seus fiéis auxiliares do PFL, uma herança maldita de 54 milhões de miseráveis (IBGE 2002). Não dizem que o presidente Lula recebeu um país com índice de desemprego altíssimo. Esquecem-se de que o governo do presidente Lula gerou 5,4 milhões de empregos com carteira assinada. Foram criados do dia para noite milhões de empregos, e isso com a economia do país em frangalhos. Para piorar, houve o apagão energético, racionamento de energia, e um aumento brutal nas contas de energia por conta disso. Como as empresas distribuidoras de energia não podiam abrir mão de parte do lucro, o povo arcou com todo o prejuízo dessa incompetência de FHC e de seu ministro de energia José Jorge, hoje candidato a vice de Alckmin. O presidente Lula deveria, na mesquinha visão desses irresponsáveis, fazer essa população de miseráveis famintos aguardar a economia estabilizar-se, aguardar o crescimento do país antes de promover a geração de empregos, aguardar um emprego antes de se alimentarem. Para Alckmin, essa população que já vinha sofrendo com a fome, com doenças, com a total falta de dignidade ao longo de 8 anos, poderia esperar mais um pouco. Afinal, o que é um dia, um mês, um ano, uma década a mais com fome, com dor, sem escola, sem esperança? Alckmin e a oposição não entendem que o Bolsa-Família é um programa emergencial, necessário, de combate à miséria e à fome. Foi uma herança maldita que o presidente Lula recebeu de FHC do PSDB e do PFL, que governaram o país por décadas. Ter 54 milhões de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza é uma maldição: junto com a fome vêm as doenças, vêm as desavenças familiares, vem a perda da dignidade, a falta de respeito pelo próximo, a falta de amor próprio, a baixa auto-estima, a violência, os crimes. Isso tudo foi o que o presidente Lula combateu com o Bolsa-Família. Isso não importa para a elite e para as classes mais abastadas. Eles acham que não são beneficiados, pois não passam fome e não vão receber o Bolsa-Família. Esquecem-se de que o combate à fome, a redução da desigualdade social e a educação são as únicas medidas eficazes contra a violência. A violência desmedida que o país enfrenta hoje, financiada por assaltos e pelo tráfico de drogas (bastante combatido pelas ações da PF no governo Lula), é mais uma herança da omissão do FHC e seus fiéis apoiadores do PFL. Se não fosse a ação emergencial do presidente Lula, estaríamos com uma violência muito maior, com muitos mais assaltos e mortes. Alckmin e a oposição não consideram que as crianças que hoje são beneficiadas pelo Bolsa-Família, que podem se alimentar, que estão freqüentando a escola, que estão vivendo em um ambiente familiar com menos violência e desavenças, correm menos risco de tornar-se bandidos e marginais do futuro. Eles acham um imenso desperdício o dinheiro que é investido no Bolsa-Família. Investir em pobre, na cabecinha de prego dos oposicionistas não é investimento. Investir em gente, na cabecinha deles, não vai melhorar o presente e o futuro. Para eles, a miséria é lucro, representa menores salários, mão-de-obra mais barata, empregos mais degradantes, e eleição garantida em troca de umas dentaduras. Considerando essa mentalidade tacanha e esses discursos ferozes contra os resultados do Bolsa-Família; considerando que a elite que apóia esses traidores da Pátria deseja ações que as beneficiem diretamente cada vez mais a cada dia, alguém, em sã consciência, acredita que Alckmin, se for eleito -- para desgraça deste país --, manteria o programa Bolsa Família? Com certeza absoluta, não!
Jussara Seixas
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