Não dá para engolir um candidato a governador de SP, o estado mais rico do país, o mais populoso, com uma imensa concentração de atividades produtivas que usam muita mão-de-obra, dizer que "São Paulo tem muita migração. Muita gente que continua chegando... Este é um problema", como afirmou Serra. Quem não entende que o migrante nordestino é o grande responsável pela riqueza deste estado é extremamente preconceituoso e burro. As construções suntuosas, os prédios imensos de São Paulo foram erguidos pelas mãos dos migrantes nordestinos. Mãos que estão presentes ns rodovias, nos parques industriais, nas praças, escolas, universidades, catedrais, ruas e avenidas, cinemas, teatros, shoppings, redes de transmissão elétrica, de telefonia, nas plantações... Da fundação dos alicerces ao brilho dos espelhos, em tudo que São Paulo produz nota-se as mãos do migrante nordestino. Eles trabalham, ganham, compram, consomem e impulsionam a economia do estado. Nada mais justo que esse brasileiro, trabalhador nordestino, que faz este estado ser o mais rico do país com seu suor, com suas mão calejada, sua força de vontade, tenha moradia decente, transporte de qualidade, escola e saúde de qualidade para ele e para sua família. A grande maioria dos filhos desses migrantes nordestinos nasceu em SP, são paulistas, são filhos deste estado; mesmo que não fossem, o estado tem a obrigação de fornecer educação de qualidade para quem escolheu este estado para viver. O descaso do governo de SP, do PSDB, com a educação pública é histórica: faltam escolas, vagas, carteiras escolares, professores, falta de manutenção dos prédios (há escolas cujos banheiros estão interditados por falta de manutenção). Faltam salários dignos para os professores, merenda de qualidade nas escolas, espaço decente para a prática de esportes. E o mais grave: falta segurança para os alunos, professores e funcionários. Escolas são invadidas, alunos são baleados e mortos dentro das salas de aula, alunos e professores são assaltados na porta das escolas. A prefeita Marta, durante a sua gestão, tinha plena consciência desse descaso do PSDB com a educação em SP, e por isso criou os CEUs, escolas de qualidade, com ensino de qualidade, para os alunos da rede pública municipal. Serra fez com os CEUs a mesma coisa que o PSDB faz há 12 anos em SP com as escolas do estado: abandonou, sucateou, não construiu mais nenhum CEU, como prometera em sua campanha para prefeito. Com essa declaração, Serra mostrou todo o seu preconceito contra o povo nordestino, toda a sua falta de conhecimento sobre a população deste estado. Demonstrou total falta de conhecimento da história deste estado. Serra, como Alckmin, conhece bem a Daslu, conhece bem os bons restaurantes, os bons shoppings. Do povo e dos problemas deste estado eles querem distância. Eles querem o poder a serviço apenas da “elite branca” que sempre mandou aqui. O povo de SP não merece!
Um comentário:
20/08/2006 - 09h06
Setor não-financeiro supera bancos e lucra 162% sob gestão Lula
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CLÁUDIA TREVISAN
da Folha de S.Paulo
O lucro líquido das grandes empresas com ações em Bolsa quase triplicou nos três anos e meio de governo de Luiz Inácio Lula da Silva em relação ao período da segunda gestão de Fernando Henrique Cardoso, de 1999 a 2002. Sob influência de um cenário externo favorável, a composição dos resultados também sofreu uma transformação radical: diminuiu a fatia dos bancos e da Petrobras e aumentou a participação de empresas não-financeiras, como siderúrgicas, mineradoras e de papel e celulose, que viram a demanda por seus produtos crescer no mercado internacional a partir de 2003.
As conclusões estão em levantamento realizado pela consultoria Economática a pedido da Folha, com base nos balanços de 193 empresas abertas. Fernando Exel, presidente da Economática, afirma que o universo analisado representa cerca de 80% dos lucros das companhias cotadas em Bolsa. Estão fora do estudo dois setores importantes, o agronegócio e a indústria automobilística, que estão virtualmente fora do mercado de ações. Os valores anuais foram atualizados pela inflação até 30 de junho deste ano, o que permite sua comparação.
A soma do lucro líquido das 193 empresas analisadas deu um salto de R$ 103,5 bilhões para R$ 271,6 bilhões entre o último mandato de FHC e a administração Lula. A diferença, de R$ 168,1 bilhões, representa aumento de 162,4%. "Pouco disso é resultado de medidas do governo. Muito vem do cenário internacional extremamente favorável", afirma Exel.
A grande novidade dos últimos três anos e meio é o fato de que a maior parte do aumento nos lucros veio do setor não-financeiro, já excluída a Petrobras. Esse segmento contribuiu com 64% da expansão de R$ 168,1 bilhões no lucro líquido. A Petrobras entrou com 21% e os bancos, com 15%.
Isso não significa que as instituições financeiras e a Petrobras ganharam pouco dinheiro sob a gestão petista. Pelo contrário. O lucro dos bancos aumentou nos últimos três anos 80,5%, para R$ 57,6 bilhões. O valor só foi inferior aos R$ 77,4 bilhões da Petrobras, maior empresa do país, que viu seu resultado líquido crescer 83% no período graças à alta do petróleo no mercado externo.
O que ocorreu foi o aumento ainda maior dos ganhos de outros setores. O de siderurgia e metalurgia registrou lucro 441% superior ao obtido entre 1999 e 2002. As empresas de papel e celulose expandiram seus ganhos em 180%, e as do setor químico, em 242%.
Com a alta da demanda chinesa por minério de ferro, as mineradoras também tiveram um bom período e lucraram 133% a mais na gestão do PT.
Segundo Exel, a diferença no comportamento do dólar nos dois períodos é outro fator que explica o aumento dos resultados. Nos quatro anos do último mandato de FHC, o real se desvalorizou em relação à moeda norte-americana, o que dificultou a vida das empresas que tinham dívidas em dólares.
No governo Lula, ocorre exatamente o contrário. A valorização do real em relação ao dólar reduz o peso da dívida das empresas e "turbina" o lucro líquido. As exportadoras se queixam do dólar barato, mas esse cenário melhora os números estampados pelas companhias em seus balanços.
No caso dos bancos, Exel sustenta que o aumento de 80,5% no lucro não tem origem nos juros altos. O economista lembra que a taxa de juro real dos quatro anos de FHC foi ligeiramente superior à praticada por Lula. Para ele, o maior volume de empréstimos elevou o lucro dos bancos.
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