2/28/2007

DISCREPÂNCIA DELES DE CADA DIA.

A cada nova tragédia nossa de cada dia, a população fica indignada. Sai as ruas com faixas e cartazes pedindo paz e justiça. A mídia escrita, falada, televisiva, passa a divulgar a violência fazendo inveja ao ex sangrento jornal Noticias Populares, que não existe mais. Esse jornal fazia exploração do ser humano em situações depreciativas, humilhantes. Explorava a violência ao máximo, quanto pior o crime, a barbárie, melhor para eles. Sem contar que negro, pobre, as minorias étnicas e homossexuais era apresentada de forma sub-humana nesse jornal. Essa população de faixas e cartazes, que está tão indignada com a violência, quando teve a sagrada oportunidade nas urnas, de frear essa violência, não o fizeram. Votaram NÃO ao desarmamento da população, de lá para cá a violência com arma de fogo só fez aumentar. Eu e muita gente ficamos indignados com a violência, sabemos que não estamos livre dela, por isso votamos SIM pelo desarmamento. Leio hoje em blogs várias pessoas pedindo que haja um maior controle da natalidade, para com isso evitar que crianças sejam abandonadas nas ruas, jogadas no lixo, por mães, por famílias, que não tem condições de cria-las, educa-las, e podem vir a se tornarem futuros bandidos. Eu e muita gente concordamos plenamente que haja várias opções para o controle da natalidade, que todos os métodos sejam difundidos, porque isso vai diminuir a violência contra a criança, isso irá evitar muitas tragédias familiares. Mas vejo essas mesmas pessoas serem contra a distribuição de camisinha para jovens nas escolas, vejo essas pessoas condenarem a pílula do dia seguinte, vejo essas pessoas serem contra a legalização do aborto, serem contra a educação sexual nas escolas. A igreja católica, é totalmente contra a qualquer método anticonceptivo, contra a camisinha que além de evitar a gravidez indesejada, previne contra as DSTs, inclusive a AIDS. Sugerem alguns que se faça a esterilização radical, laqueaduras em mulheres, e vasectomia nos homens, que vai impedir a maternidade e paternidade para sempre, método bastante cruel, a opção em um dia ser mãe ou pai deixa de existir. Essas pessoas que são contra o aborto, dizem que o aborto é um ato criminoso contra um indefeso, mas são a favor da redução da maioridade penal, querem que jovens, crianças, sejam penalizados como adultos, pregam a pena de morte, e a tortura para criminosos. Não vai fazer mais sentido a frase "ele é só uma criança", a criança o adolescente vão deixar de existir pela força da lei. Vejo outros cobrarem do governo Lula ações para diminuir a violência, mas são contra a criação e até da atuação da Força Nacional de Segurança, são contra o Bolsa Família, são contra o PROUNI, são contra as cotas para negos nas universidades, são contra a redistribuição de renda, a inclusão de jovens pobres e negros nas universidades. Não entendem que a exclusão social fomenta grande parte a violência. Não entendem que essas medidas são eficazes para diminuir a violência, a criminalidade. Os jornalões, jornalistas, cobram justiça, cobram penas mais severas para criminosos, estão tratando essa barbárie do RJ como única. Não cobram punição, justiça pelas outras barbáries e crimes cometidos com tanta ênfase. O assassinato dos fiscais do MT, em Unaí ( MG) o suspeito de ser mandante, é prefeito de Unaí, se elegeu prefeito, após o crime. A prisão que não houve, do jornalista assassino, Pimenta Neves, que apesar de ter sido condenado está livre, leve e solto, e não se fala mais no assunto. Fica difícil dessa forma combater a violência, a impunidade, as injustiças sociais. Tem muita gente, tem políticos, jornalistas, religiosos, blogueiros, cientistas políticos, e outros formadores de opinião que precisam rever os seus conceitos de justiça, dignidade, de como diminuir violência, combater a impunidade. Poderiam começar sendo imparciais, não tentando colocar a culpa pelas desgraças e barbáries cometidas, exclusivamente no governo Lula. O uso político dessas barbáries não vai combater, diminuir a violência e a criminalidade.
Jussara Seixas

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