Brasil de cara nova |
A crise é estrutural e bate inapelavelmente o neoliberalismo do mercado divinizado: ruíram os seus fundamentos, caiu o “muro de Wall Street”, caiu com ele a máscara demo-tucana, os mordomos tupiniquins da privataria, da Alca, da desregulamentação, do FMI, do Proer, da dívida externa, do Estado mínimo. Aqui no Nordeste, ao longo de décadas, impuseram a exclusão social, a indústria da seca, a Belíndia, colocando a nossa região de cuia na mão representada pelos “coronéis do voto”, nababos, patrimonialistas, submersos na corrupção e mandonismo, que servilmente sucumbiram ao aprofundamento das desigualdades regionais e sociais, petrificando a supremacia econômica e tecnológica do Sul Maravilha. O Brasil começa a ser outro. A crise, com todos os malefícios, revelou ao mundo uma nação que se assenta em bases seguras e com um grande mercado de consumo de massas revitalizado; um Estado ancorado em bancos públicos, que implementa uma política de créditos e investimentos na economia, na infraestrutura e na logística, com fortes investimentos na matriz energética gerando autossuficiência, além de uma política externa de diversificação de parceiros econômicos, sem sucumbência, e uma diplomacia articulada e proativa que nos coloca na liderança do continente e em posição de destaque nos fóruns internacionais. O Nordeste também começa a ser outro. Governantes democráticos, construção de ferrovias, rodovias interligadas, portos ampliados, indústria naval, gasodutos, agronegócio pujante, universidades federais interiorizadas, institutos tecnológicos e de ensino profissional. Diminuem cada vez mais o êxodo para o Sudeste e os saques dos flagelados da seca. Os programas sociais, a recuperação do poder de compra, do salário mínimo e o crédito rural aquecem as economias locais e geram cidadania de forma intensa, saldando a enorme dívida social. Está em curso um projeto de nação dirigido por Lula e Dilma; dentro dele, com a força da esquerda, ganha fôlego a Região Nordeste, onde se consolidam as lideranças de Jaques Wagner, Marcelo Deda, Eduardo Campos e Wellington Dias. Indubitavelmente, este projeto tem nas forças de centro, expressas no PMDB, um fator fundamental e imprescindível de estabilidade política e institucional formando um bloco de centro-esquerda que é elemento decisivo na sua continuidade. Alea jacta est. A manutenção da coesão das forças da mudança é hoje uma prioridade a ser materializada, pois o Brasil precisa seguir o caminho virtuoso iniciado na era Lula e consolidar a liderança política e econômica no continente e nos países emergentes, além de participar ativamente da construção de uma nova ordem econômica e diplomática no planeta. O Nordeste progressista, sem dúvidas, é base estratégica desta empreitada cívica. Jonas Paulo é presidente do PT-BA. |
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