ELES SE ESQUECEM DO POVO
Em entrevista à FSP hoje, 13/11, o cientista político Celso Roma, estudioso do PSDB, diz que Alckmin perdeu porque deixou de lado os aspectos positivos do governo FHC, como o compromisso com a estabilidade da moeda, a popularização do serviço de telecomunicações, a aprovação da Lei de Responsabilidade Fiscal. Como falar dos pretensos aspectos positivos de um ex-presidente cuja rejeição, em todas as pesquisas de opinião, atingiu mais de 70%? Em 2001 uma pesquisa Sensus já mostrava FHC com 44,5% de avaliação negativa. Difícil trazer um ex-presidente com essa rejeição para o palanque, para os programas eleitorais no rádio e na TV. Por isso FHC só subiu no palanque de Alckmin na reta final, no último comício, quando a viola já estava em cacos. Tanto fazia ele subir ou não, a eleição de Alckmin já estava perdida; se a diferença fosse de uns 8 pontos, ao invés de 22, FHC não subiria no palanque de Alckmin nem por decreto. Celso Roma diz que o PSDB foi prejudicado pela divisão do partido, por seus problemas estruturais. Como os outros cientistas políticos que analisam a derrota acachapante de Alckmin, ele está se esquecendo do mais importante: o povo brasileiro. Eles estão se esquecendo de tudo de bom que o presidente Lula fez em menos de 4 anos, para o povo brasileiro e para o país; tudo o que FHC não fez em 8 anos. Eles se esquecem de que o povo brasileiro sentiu na pele, na alma e no bolso a desgraça dos 8 anos sob FHC, sob o PSDB de Alckmin. Diz o ditado que quem bate esquece, mas quem apanha não esquece jamais. O povo não esqueceu o desemprego na era FHC, a falta de crédito, os juros pornográficos, o apagão e suas conseqüências, as privatizações nebulosas, os mandos e desmandos do FMI na política econômica, os baixos salários, os aumentos de preços dos alimentos, os aumentos constantes e abusivos das contas de luz, água e telefones, dos combustíveis, do transporte. O povo não esquece que na era FHC 54 milhões de pessoas estavam vivendo abaixo da linha da pobreza, em conseqüência da política econômica e social de FHC, a mesma defendida por Alckmin, enquanto a política do governo Lula tirou 44 milhões de pessoas dessa condição desumana de miséria e fome. Além disso, o governo incompetente de Alckmin em SP, principalmente nas áreas da segurança e da educação, e a falta de um programa de governo minimamente comparável ao de Lula foi fatal. Em 2005 o PSDB e o PFL subiram no salto 45 e apostaram tudo no escândalo promovido pela mídia, por uso de caixa 2 por alguns petistas. Escândalo que a mídia omitiu quando o PSDB comprou votos de parlamentares para aprovar a reeleição de FHC. O PSDB/PFL estava certo de que as CPIs, com os holofotes da mídia ajudando a divulgar ilações e calúnias, iriam derrubar o presidente Lula e acabar com o PT. Eles davam como certa sua volta triunfante ao poder. Tinham certeza de que a reeleição do presidente Lula não aconteceria em 2005. Esqueceram-se do povo, não combinaram com o povo. Diziam que o presidente Lula iria sangrar até a morte política, que “essa raça” de petistas iria acabar por 30 anos, ameaçaram até dar uma surra no presidente Lula. Não lembraram do povo, não combinaram com o povo, menosprezaram a inteligência do povo, ignoraram o povo, ignoraram a aprovação do povo às ações do governo Lula que beneficiavam a grande maioria da população brasileira. Não houve erro nos programas eleitorais nem erro do marqueteiro de Alckmin do PSDB. Ocorre que algumas coisas são tão ruins que ninguém, nem o melhor marqueteiro do mundo, consegue melhorar. O povo sabe que é mentira, enganação, sabe que é falso. A crise do PSDB agora, com muito cacique para pouco índio, cobra engolindo cobra, é assistida com desprezo pelo povo brasileiro, que se apega ainda mais ao governo Lula. Um presidente do povo, que governa com o povo e para o povo, que tornou o Brasil um país soberano e um país de todos.
Jussara Seixas
Jussara Seixas
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