2/15/2006

"Nada de euforia e nada de tristeza. Maturidade política, bom senso e vontade de brigar é o que um petista tem que ter nesta hora"



Pesquisa CNT/Sensus mostra Lula 10 pontos à frente de Serra

Lula comemora popularidade em alta
A pesquisa CNT/Sensus, que será divulgada neste terça-feira (14), deve apontar uma vantagem de 10 pontos percentuais do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre o prefeito de São Paulo, José Serra (PSDB), nas intenções de voto para as eleições de 2006. Na pesquisa anterior, Lula somente perdia as eleições para Serra no segundo turno. Agora, ele ganha de todo os demais presidenciáveis e com folga.
Na pesquisa anterior da série CNT/Sensus, divulgada em novembro, Serra teria 41,5% dos votos e Lula 37,6%. Serra era o único adversário a superar a pontuação do atual presidente. A pesquisa é encomendada trimestralmente ao instituto Sensus pela Confederação patronal do setor de transportes.
A sondagem da CNT também deve indicar melhoras em outros indicadores do presidente e do governo, como por exemplo, a avaliação popular sobre a situação da economia.
A notícia da pesquisa CNT/Sensus foi o principal ingrediente a entusiasmar os petistas, que comemoraram em Brasília um ano de dificuldades sem precedentes na sua trajetória desde a fundação em 1980. Lula foi longamente aplaudido ao chegar na sede da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), em Brasília,
Petistas em festa com a notícia
"Isso mostra que o presidente tem musculatura e é um forte candidato. A pesquisa confirma a tendência que vinha desde o Ibope", comemorou o ministro Jaques Wagner (coordenador político do governo), ao participar do jantar comemorativo do aniversário do PT de 26 anos.
"Nada de euforia e nada de tristeza. Maturidade política, bom senso e vontade de brigar é o que um petista tem que ter nesta hora", disse Lula aos participantes da festa, que pagaram entre R$ 200 e R$ 5.000 por convite, nestes tempos de vacas magras para as finanças do partido.
O presidente também se pronunciou sobre o foco atual do discurso oposicionista, que o acusa de se valer da máquina de governo para uma campanha não declarada. "Não tem porque o PT decidir se vai ter candidato agora ou não. O PT está investigando o quadro político. Não posso deixar de governar para entrar em uma campanha que só os adversários querem que eu entre. Vou caminhar até o limite da lei", argumentou.
Para Wagner, FHC ajudou
Para Jaques Wagner, o momento é tão positivo que até as declarações do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, segundo quem a “ética do PT é roubar”, favoreceram Lula na pesquisa. “A entrevista do Fernando Henrique acabou ajudando”, disse ele.
Wagner avalia que a demora das CPIs em apresentar resultados tangíveis também favoreceu Lula. “Ao povo interessa a investigação e a punição dos culpados. Quando se prorroga, acaba se perdendo o tom. Acaba cansando esse tipo de noticiário e acaba mostrando que não é uma investigação sincera, mas um processo de desgaste”, disse.
Efeitos na disputa tucana
As últimas pesquisas dos institutos Ibope e Datafolha também apontam uma recuperação da imagem do governo e do desempenho eleitoral de Lula. Uma sondagem não registrada, encomendada pelo PSDB ao instituto Ipsos, apontou no mesmo sentido. Mas a CNT/Sensus é a primeira, desde a eclosão da crise política do Valerioduto, a indicar dez pontos de vantagem do presidente sobre o seu adversário melhor situado.
Um efeito colateral da recuperação de Lula nas pesquisas pode incidir sobre a disputa no interior do PSDB, entre os presidenciáveis José Serra e Geraldo Alckmin. O fato de aparecer em primeiro nas pesquisas era o principal trunfo do primeiro. A inversão dessa tendência favorece o último no braço de ferro entre tucanos. O prefeito paulistano teria que abandonar o cargo três anos antes do prazo para concorrer à Presidência. Já o governador Paulista, no fim do seu segundo mandato, nada tem a perder.

Com agênciashttp://www.vermelho.org.br/diario/2006/0214/0214_sensus.asp

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