2/04/2006

CAIXA DOIS TUCANA


03/02/2006 - Fontana: “Alckmin e Serra não podem ser juízes do caso Furnas"

O líder do PT na Câmara, deputado Henrique Fontana (RS), disse nesta sexta-feira que o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o prefeito de São Paulo, José Serra, “não podem sair da posição de acusados para se tornarem juízes” do caso de caixa dois eleitoral a partir da estatal Furnas Centrais Elétricas, que está sendo apurado pela Polícia Federal. O esquema teria sido operado em 2002, durante o governo Fernando Henrique Cardoso.Alckmin e Serra são acusados de terem recebido recursos para suas campanhas, assim como outros 154 políticos da então base parlamentar de FHC, mas ambos negam e tentam desqualificar o documento. “Não serão os dois citados na lista que definirão se ela é falsa ou verdadeira, se tem fundamento ou não ou se é comparada ao dossiê Cayman”, disse o líder do PT. Por isso, Fontana voltou a defender uma apuração rigorosa do caso pela Polícia Federal e pelo Ministério Público. “As duas instituições, que agem de maneira republicana, devem apurar com profundidade a denúncia e a veracidade do documento”, disse o líder.Para ele, “não é aceitável a virulência” dos tucanos e dos pefelistas para desqualificar a lista em poder da Polícia Federal, a quem cabe a definição sobre sua autenticidade ou não. “A Polícia Federal vem trabalhando em torno deste assunto, como em todos os outros, de maneira republicana, sem perseguir ou proteger ninguém”, afirmou Henrique Fontana.Fontana pediu “serenidade” aos tucanos, dada a necessidade de se esperar a conclusão das investigações. Ele frisou que trabalha com base no princípio da presunção da inocência, que deve valer para todos os brasileiros. “Talvez este caso de Furnas seja uma boa lição para que os tucanos parem de condenar o governo Lula sem provas”, ressaltou o líder do PT.Ele lembrou que tem sido uma prática recorrente, do PSDB e do PFL, transformar denúncias contra o governo Lula e o PT em condenações, sem mesmo haver investigações. “Entretanto, nós, do PT, queremos uma investigação isenta e aprofundada da Polícia Federal e do Ministério Público sobre a denúncia do caixa dois de Furnas”, disse.Como exemplo de denuncismo tucano-pefelista contra o PT, o líder citou o caso do assassinato em 2002 do prefeito petista de Santo André, Celso Daniel. “As investigações concluíram pela inocência do PT, mas o PSDB e o PFL tentam, permanentemente, reabrir o caso”, recordou Fontana.O líder lembrou que o PT não quer repetir a prática do PSDB e do PFL de fazer denúncias e condenar precipitadamente o PT e o governo Lula. “Ao contrário do que ele fazem, no caso de Furnas queremos que sejam realizadas as investigações da maneira mais aprofundada possível, para evitar condenações precipitadas”, disse.O documento com a lista dos políticos beneficiados pelo suposto caixa dois de Furnas circula há meses na internet, e dá conta da distribuição de R$ 40 milhões a políticos da base de FHC, especialmente os do PFL e do PSDB, a partir de um esquema operado pelo ex-diretor de Furnas, Dimas Toledo, e alimentado por fornecedores da estatal. O ex-deputado Roberto Jefferson – incluído na lista – confirmou nesta semana, à Polícia Federal, ter recebido R$ 75 mil por intermédio do esquema, para sua campanha eleitoral de 2002.Agência Informes (www.informes.org.br)

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